Começou a dar nas vistas quando o artista e empresário Malcolm McLaren lhe pediu para confecionar peças para a boutique que tinha em King's Road, no centro de Londres. Pouco depois, deixava o ensino e conquistava o mundo com as suas criações ousadas e exuberantes. Morreu hoje aos 81 anos.
Vivienne Isabel Swire nasceu no dia 8 de abril de 1941, em Tintwistle, no Cheshire, no norte de Inglaterra. O pai era armazenista numa fábrica de aviação e a mãe dona de casa. Em 1958, quando tinha 17 anos, a família mudou-se para Harrow, uma cidade maior, no Middlesex. Pouco depois, começou a frequentar um curso de joalharia e ourivesaria na Harrow Art School mas, pouco confiante em relação às aptidões artísticas, uns meses depois, desistiu. Foi trabalhar para uma fábrica e fazer formação para poder dar aulas.
Era professora primária quando começou a produzir a sua própria joalharia, que depois vendia numa tenda em Portobello Road, uma das mais populares artérias de Londres. Em 1962, quando casou com Derek Westwood, um aprendiz fabril, desenhou o próprio vestido de noiva e, ocasionalmente, passou a dedicar-se à costura. No ano seguinte, teve o primeiro filho, Benjamin Westwood. Começou a dar nas vistas quando o artista e empresário Malcolm McLaren, que conhece entretanto e por quem se apaixona, lhe faz uma encomenda.
O intérprete pede-lhe que confecionasse peças para a boutique que então tinha em King's Road. Pouco depois, termina o casamento mas mantém o apelido do ex-marido, continuando a assinar Vivienne Westwood, até ao dia em que morre, 29 de dezembro de 2022. Só em 1971 é que deixa de dar aulas. Nesse entretanto, ela e o marido abrem a SEX, uma loja que vende roupa punk. As coleções que cria atraem atenções e a estilista cria a sua própria empresa. Nas duas décadas seguintes, conquista o mundo com as suas criações.
Os elogios e as polémicas
Ousadas e exuberantes, as peças da estilista dão (muito) que falar. "Foste sempre uma pioneira. Tinhas um estilo incrível, com substância e significado. Chocaste e surpreendeste sempre", elogiou o criador de moda Marc Jacobs horas após a notícia da morte de Vivienne Westwood. Em 1992, foi condecorada pela rainha Isabel II no Palácio de Buckingham, em Londres, em Inglaterra. Em 2012, entrou para a lista dos ícones culturais britânicos. Pelo meio, vestiu celebridades internacionais como Marion Cotillard e Sarah Jessica Parker.
"Foi sempre uma verdadeira revolucionária e uma força rebelde na moda", afirmou também o Victoria and Albert Museum, museu londrino que exibiu por diversas vezes peças da criadora ao longo das últimas décadas. "Foi grande e inspiradora. É, sem sombra de dúvida, a indisputada rainha da moda britânica", considera também Boy George, ex-vocalista do grupo Culture Club, muito popular na década de 1980. "Era muito admirada por ter sido sempre fiel aos seus valores", afirmou também a política inglesa Michelle Donelan.
Apesar de ser uma mulher de (muitas) causas, Vivienne Westwood viu, no entanto, a sua atividade empresarial envolvida em polémica por mais do que uma vez. Foi acusada de evasão fiscal em 2011. Teve de pagar 350.000 libras esterlinas, mais de 400.000 euros, por impostos em falta. Em 2013, a criadora de moda inglesa viu denunciada publicamente a utilização de matérias-primas tóxicas nas suas coleções de roupa. Para se redimir, passou a usar algodão orgânico de produção ética e sustentável na confeção de muitas das peças.
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