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Livre-se do mau hálito. Saiba o que (não) deve fazer

Metade da população portuguesa sofre de halitose, um problema de saúde oral que afeta 30% dos habitantes do planeta. Descubra o que o causa, o embaraço social que provoca, os tratamentos atualmente disponíveis, as formas de prevenção recomendadas e ainda as doenças que pode indiciar.



Segundo as estimativas internacionais conhecidas, cerca de 30% da população mundial sofre de halitose. Em Portugal, de acordo com os números que existem, a prevalência rondará os 49,5%. De acordo com os dados recolhidos pelas principais associações de dentistas internacionais, 80% dos casos de halitose são causados por restos de comida que se acumulam na língua, nos dentes, nas gengivas e nas cavidades bucais, na sequência de uma higiene oral deficiente, gerando, depois, o aparecimento de bactérias.


Nos restantes 20%, é causada por problemas como as cáries, as gengivites e as peridontites, por episódios de acidez gástrica ou de refluxo gastroesofágico e pela ingestão e consequente digestão de alimentos como o alho, a cebola e algumas especiarias. Pode ainda ser originada pela toma de medicamentos como os antidepressivos, os ansiolíticos e os anti-histamínicos, por doenças metabólicas, por alguns tipos de cancro, pelo fumo do tabaco e/ou pelo uso de próteses dentárias.


O stresse, o nervosismo e a ansiedade, outras das causas apontadas, podem gerar um hálito desagradável. Agravado pela diminuição da secreção salivar, causa embaraço social, o que afeta a autoestima, ainda que muitos especialistas defendam que não são raros os casos em que as pessoas que sofrem de halitose, entretanto habituadas ao cheiro e ao gosto, não tenham noção dessa situação, para desespero dos que as rodeiam. Com os anos, se não for prevenido nem tratado, o problema tende a piorar.


Apesar de existirem exames olfativos que analisam os compostos sulfurados que podem estar na origem dos maus e incomodativos odores, a cromatografia gasosa, que permite identificar os agentes químicos responsáveis pela halitose, é, segundo os especialistas que lidam com o problema, o método mais fiável e objetivo para determinar a sua génese. No entanto, esta inovadora técnica nem sempre está disponível nas unidades de saúde onde os pacientes são atendidos, o que acaba por dificultar o diagnóstico.


Os gestos de prevenção essenciais


Uma boa higiene oral é a melhor forma de prevenir e de combater a halitose. Deve lavar os dentes e a língua, pelo menos, três vezes por dia, com uma pasta dentífrica de qualidade e com uma escova que deve ser substituída a cada dois meses. Deve sempre fazê-lo de manhã, depois de almoço e ao deitar, depois de passar fio dental ou fita dentária. No fim, bocheche com elixir bucal. Se tiver este cuidado, evitará as cáries, as gengivites e as periodontites, três situações que podem estar na origem do problema.


Mastigar folhas de salsa ou de hortelã, beber chá verde e ingerir pepinos e maçãs, que contêm substâncias que neutralizam os maus odores, são outras das formas de combater o mau hálito. É ainda importante evitar a secura da boca, uma vez que, mal irrigada, favorece a proliferação de bactérias. Para a manter hidratada, deve ingerir muita água e evitar o café, as bebidas açucaradas, o álcool e os alimentos doces. Mascar pastilhas elásticas sem açúcar também estimula a produção de saliva, prevenindo a halitose.


O que o mau hálito pode esconder


Para além de cáries e de abcessos, a halitose pode ser sintoma de outros problemas de saúde, como é o caso da acidez gástrica ou do refluxo gastroesofágico. Na faixa etária entre os 20 e os 30 anos, está, muitas vezes, associada a episódios de cáseo amigdaliano, uma substância pastosa esbranquiçada que surge nas amígdalas. Pode também ser causada pela acumulação de corpos estranhos nas fossas nasais, uma situação que leva à proliferação de bactérias. A halitose pode, ainda, indiciar problemas de fígado.


Este órgão elimina o azoto, presente nalguns aditivos alimentares usados nos produtos de produção industrial que ingerimos. Se não estiver a funcionar convenientemente, não o consegue fazer e essa substância é libertada pela boca, depois de se acumular no estômago. Em situações mais graves, pode ser sintoma de insuficiência hepática, de cirrose ou de hepatite. No caso de o problema persistir, mesmo após a adotação das medidas preventivas recomendadas, consulte um dentista ou um estomatologista.

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