De terça-feira a sábado, passou a ser também possível almoçar neste reputado restaurante lisboeta. Os menus disponíveis são os mesmos e a experiência igualmente requintada. A única coisa que muda é a possibilidade de fazer uma degustação de exceção num ambiente que é raro de encontrar ao meio-dia.
Assim que transpomos a receção do restaurante Eneko Lisboa, somos, de imediato, transportados para outra dimensão. Se for à noite, a entrada na antecâmara escurecida onde são servidas as primeiras iguarias não se sente tanto. Mas, se for ao meio-dia, a diferença é abismal. Os olhos têm de se adaptar à baixa luminosidade e os sentidos ficam (ainda) mais despertos para tudo o que os rodeia. Aberto desde 2019, o restaurante basco, um projeto do reputado chef espanhol Eneko Atxa, começou agora a servir almoços.
Os menus disponíveis são os mesmos e a experiência igualmente requintada. O que muda é a possibilidade de fazer uma degustação de exceção num ambiente é raro de encontrar ao meio-dia. Localizado no número 5 da rua Maria Luísa Holstein, no espaço onde em tempos idos funcionou o Alcântara Café, o Eneko Lisboa tira partido da arquitetura industrial do edifício para surpreender com uma estética que recupera muito do mobiliário do icónico restaurante. Ao almoço ou ao jantar, a experiência inicia-se sempre da mesma forma.
Independentemente do menu escolhido, há sempre um piquenique de boas-vindas. Servido na antecâmara, num cenário imersivo, integra um gelado de pimento-piquilho, um brioche de peixe fumado e um tártaro ibérico, para saborear entre goles de uma poção de hibisco que lhes acentua os aromas. Depois, já na sala principal são duas as opções propostas. O menu Erroak, mais inspirado pelos sabores e pelos paladares terrestres, disponível por 144 € ou por 235 € com harmonização de vinhos, é composto por (mais) nove momentos.
O primeiro, o snack, alia um brioche a uma manteiga de salsa, a um azeite nacional e a um aromático txakoli marinho. Talo de peixe do dia, ouriço em texturas, trigo de gema e ovo biológico e rabo de boi com caldo de legumes e bombons de queijo de Idiazabal são as especialidades que se seguem, a anteceder um bacalhau em tempura e um aromatizado leitão com pesto. Para sobremesa, há uma delícia gelada de abacate e manga e uma suculenta azeitona preta com leite de ovelha e cacau, antes do café com petit-fours.
Adarrak, mais influenciado pelos paladares marinhos, é um menu ainda mais completo e complexo. Disponível por 177 € ou 297 € com harmonização de vinhos, é composto por ovo trufado, ostra e azeitona, camarões da costa com essência de ervas, horta gelada, tartelete de bacalhau e zurrukutuna, lavagante assado descascado com jus de pimentos na brasa e pombo com vegetais da temporada e tosta de foie gras. A refeição termina com uma delícia de frutos vermelhos e manjericão e um brownie de café com gelado de caramelo.
Eleito por duas vezes chef do restaurante mais sustentável do mundo, Eneko Atxa nasceu em Amorebieta, no País Basco, em Espanha, a 14 de setembro de 1977. Aprendeu a cozinhar com a mãe e a avó e, em 1992, decidiu profissionalizar-se. Em 2000, foi eleito o melhor jovem chef espanhol e, sete anos depois, ganhava a primeira estrela atribuída pelo inspetores do Guia Michelin. Em Portugal, para além do Eneko Lisboa, abriu também o restaurante Basque, uma tasca basca que, atualmente, só recebe eventos privados.
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